O Labirinto
Um labirinto é constituído por um conjunto de percursos intrincados criados com a intenção de desorientar quem os percorre. Podem ser construções tridimensionais (como o lendário labirinto de Creta ou um conjunto de sebes plantadas de forma a proporcionar entretenimento num jardim), desenhos (como os labirintos que aparecem nos jornais como passatempo), etc.
Os labirintos são construções que aparentemente só servem para adornar, mas que, em contrapartida, assombram por sua beleza e seus mistérios, como por exemplo, o Labirinto Egípcio do Lago Moeris, o Labirinto de Cnossos em Creta, o Labirinto da Ilha de Lemnos, o Labirinto da tumba de Porsena (na Itália) e o Labirinto da Ilha do Sol.
Na cultura grega diz-se que o Labirinto de Creta foi construído por Dédalo (arquiteto cujo nome tornou-se, depois, também sinônimo de labirinto) para alojar o Minotauro, monstro metade homem, metade touro, a quem eram oferecidos regularmente jovens que devorava. Segundo a lenda, Teseu conseguiu derrotá-lo e encontrar o caminho de volta do labirinto graças ao fio de um novelo, dado por Ariadne, que foi desenrolando ao longo do percurso.
Entre os gnósticos o labirinto também tem uma conotação iniciática, pois o Adepto deve percorrer seus caminhos, passando assim por uma espécie de âmago espiritual invisível, onde ocorre a conversão das sombras em luz e, assim, uma renovação pessoal. É quando o Ser se depara finalmente com a verdade que busca. Para os atuais gnósticos, todos necessitam sair do labirinto da mente em que vivem e alcançar o lábaro do templo interior, onde receberão instrução e luz.
Na tradição alquímica o labirinto simboliza os desafios e as aflições que os Iniciados precisam atravessar para se depurar espiritualmente e assim alcançar a tão sonhada pedra filosofal, ou seja, a perfeição. É neste momento que o Adepto alcança o núcleo de si mesmo. Os alquimistas acreditam no que se denomina Labirinto de Salomão ou labirinto das catedrais, uma imagem predominante na filosofia cabalista, que encabeça alguns manuscritos dessa ciência oculta.
Fulcanelli, por exemplo, nos diz que a imagem do labirinto é apresentada como um símbolo do trabalho na Grande Obra, com suas duas maiores dificuldades: escolher o caminho que é preciso ser trilhado até alcançar-se o centro e o caminho de saída com o fio de Ariadne para não se extraviar nos desvios da Obra tornando impossível o regresso.
Ariadne ou Ariadna, segundo a mitologia grega, é a filha de Minos, rei de Creta. Apaixonou-se por Teseu quando este foi mandado a Creta, voluntariamente, como sacrifício ao Minotauro que habitava o labirinto construído por Dédalo e tão bem projetado que quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e era devorado pelo Minotauro. Teseu resolveu enfrentar o monstro. Foi ao renomado Oráculo de Delfos para descobrir se sairia vitorioso. O Oráculo disse-lhe que deveria ser ajudadopelo amor para vencer o minotauro.
Ariadne, a filha do rei Minos, lhe disse que o ajudaria se este a levasse a Atenas para que ela se casasse com ele. Teseu reconheceu aí a única chance de vitória e aceitou. Ariadne, então, deu-lhe uma espada e um novelo de linha (Fio de Ariadne), para que ele pudesse achar o caminho de volta, do qual ficaria segurando uma das pontas. Teseu saiu vitorioso e partiu de volta à sua terra com Ariadne, embora o amor dele para com ela não fosse o mesmo que o dela por ele.
REVISTA GNOSE VIVA
O Simbolismo do Natal – Chaves para compreensão da mitologia cristã.
Autor: Karl Bunn
Verão 2013 | Edição 01
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