Não Deixem Morrer os Buddhas
O tema desta noite é Não Deixem morrer os Buddhas . No Akaíca Sutta nós aprendemos que há três tarefas urgentes que um agricultor deve e pode fazer. Quais são essas três tarefas? Primeira: arar e gradear o campo; segunda: plantar as sementes; terceira: irrigar a terra. Por mais pressa que tenha o agricultor, ele não tem o poder ou a força para dizer que a semente brote hoje mesmo ou amanhã, que os grãos germinem ou que a plantação esteja madura e pronta para colher em uma semana ou em alguns dias. Depende da natureza a semente brotar e crescer como também depende [da natureza]os grãos desenvolverem-se, amadurecerem.
Da mesma forma, existem três tarefas urgentes e importantes que todo estudante precisa fazer: a primeira – desenvolver a virtude superior; a segunda – desenvolver a mente superior e a terceira é desenvolver a sabedoria superior. Tradução: a virtude superior significa a observação dos preceitos virtuosos.
A mente superior corresponde à concentração correta do nobre caminho óctuplo e a sabedoria superior nada mais é que o desenvolvimento da Iluminação ou intuição.
Estas são as três tarefas urgentes que dependem exclusivamente do estudante, mas não depende dele a liberação de sua mente das impurezas. A mente do estudante só se liberará quando se desapegar; de nada adianta dizer: “eu me desapego”. É todo um processo, um sistema, um trabalho que está atrás disso. Não é o estudante quem determina o tempo do desapego, uma vez que o desapego, o desejo e outros aspectos psicológicos estão profundamente enraizados em todos nós.
No momento apropriado nossa mente será liberada das impurezas, de todas as impurezas, por meio do desapego. Aqui entra a exortação: todos nós precisamos praticar com intenso e ardente desejo de desenvolver a virtude superior, intenso e ardente anelo ou desejo positivo de desenvolver a mente superior. Igualmente intenso e ardente deve ser nosso anelo espiritual de desenvolver a sabedoria superior.
Todos nós, até hoje, nada mais fizemos do que buscar a informação na Gnose ou fora da Gnose. A isso denominamos de “o tempo de busca”. Alguns, passando dez, vinte ou trinta anos ainda dizem que estão na busca; talvez não tenham percebido, nem se dado conta, que o tempo está em cima e se não cessarem sua busca para, urgentemente, cumprir as três tarefas do agricultor ou do estudante devotado, serão colhidos pela morte em plena busca – e aí será tarde.
É hora de acordar; o tempo de busca terminou; 2007, temos dito, é o ano da decisão; terminaram-se as buscas. Todos nós estamos abarrotados de informações livrescas e teorias esotéricas. A maioria delas totalmente inútil. É chegada a hora de ararmos e gradearmos o solo, lançar as sementes [que recolhemos durante nossa busca] ao solo e passar a irrigar o solo com as práticas para que essas sementes germinem e depois venham a dar seus frutos.
Fazemos isso agora ou vamos perecer, quer acreditem nisso ou não. Portanto, meus caros, cessemos as buscas. Todos nós já estamos cansados de tragar terra, pó, areia; é hora de praticar o que aprendemos, aquilo que de concreto aprendemos nessa ou nas vidas anteriores. Mais do que nunca, largar teorias consoladoras é necessário; parar de pular de escola em escola, sistema em sistema é necessário. Devemos colocar de lado esta verdadeira salada de frutas, essa mescla de doutrinas e sistemas que muitos de nós acabamos realizando durante nesse tempo de busca. Muitas vezes, por desconhecimento, ignorância, acabamos mesclando sistemas brancos e negros.
Ainda hoje atendi uma pessoa, aqui na Igreja Gnostica do Brasil, que nos veio procurar desesperada porque andou misturando sistemas. É uma pessoa que conheceu Gnose, pratica alquimia inclusive, mas não viu nenhum problema em ter na sua geladeira um reservatório pessoal desses chás enteógenos que por aí no Brasil são muito comuns. Essa senhora passou a ser atormentada por essas figuras ou entes que denominamos de tulpas, demônios ou agregados e bateu o desespero agora. Agora quer ser exorcizada, quer proteção; mas quando lhe foi dito anos atrás que não misturasse Gnose com outras coisas, não nos deu ouvidos e agora, não tendo mais a quem apelar volta à casa pedindo ajuda. Encaminhamos o sistema ou a petição ao Tribunal da Lei, a ver se o Senhor Anúbis atende as súplicas dessa pessoa.
Quando aqui falamos alguma coisa não falamos baseados em teorias; são casos concretos que atendemos ao longo de mais de trinta anos, temos observação direta suficiente junto a milhares de pessoas, o que nos dá um respaldo prático, concreto desta vida, a tudo isso que falamos. Sentimos-nos perfeitamente fundamentados em relação àquilo que o Mestre Samael ensina. Já dissemos aqui, mas para situar vamos repetir: no começo deste ano recebemos um apelo que veio dos Buddhas; fizeram chegar até nós esse apelo, não importa dizer aqui de que forma. Nesse apelo, resumindo, eles pediam: “não deixem os Buddhas morrerem”.
A princípio não entendemos o que isso queria dizer; fomos atrás de mais informação. Inicialmente pensávamos que os Buddhas estavam morrendo devido à adulteração das doutrinas buddhistas do mundo todo, mas por que, então, fariam chegar a nós, um representante da escola gnóstica, este apelo no sentido de não deixar os Buddhas morrerem?
Finalmente compreendemos que, dentro da Gnose, ao longo desse tempo, desses anos, havia se criado um viés de entendimento sobre o caminho iniciático; e daí, então, não foi difícil perceber ou darmo-nos conta que no ambiente gnóstico mundial abundam as teorias, há muito discurso, pouca prática, mas o pior mesmo que percebemos tem sido a adulteração da doutrina deixada pelo Mestre Samael.
Nós, na Gnose, falamos muito de cristificação e parece que nos esquecemos de que antes de nascer o Cristo íntimo, nasce obrigatoriamente o Buddha íntimo e, evidentemente, sabemos que o Buddha íntimo não nasce em nós por geração espontânea, como querem os cientistas materialistas, que acham que o universo é obra do acaso. Nós, gnósticos, vamos acreditar que o Buddha íntimo nasce por acaso? A compreensão que tivemos é de que precisamos criar as condições internas adequadas para que nasça naturalmente dentro de nós o Buddha íntimo; daí essas três tarefas urgentes que devemos realizar aqui e agora, como dito no início desta conferência. Primeiro preparar a terra, o solo; depois plantar a semente e, em terceiro lugar, irrigar o solo.
Se não fizermos isso, se jogarmos a semente na terra dura, vai perecer tudo ou quase tudo. É preciso preparar a terra adequadamente, para aí, sim, jogar a semente na terra preparada. Se jogarmos a semente ao solo e não o irrigamos, pode se perder também por falta de umidade, por falta de condições adequadas para germinar; por isso precisamos irrigar e cuidar do solo.
Parece que, quando se trata da via iniciática, passamos a crer que tudo ocorre por acaso, mas é de se perguntar agora, meus amigos: como pode nascer o Buddha íntimo se não temos o pensamento reto? Como pode nascer o Buddha íntimo se não temos o reto sentir ou o reto viver, o reto praticar, o reto meditar? Reto praticar: será que praticamos retamente ou fazemos as práticas de qualquer jeito, se é que fazemos alguma prática?
Se não preparamos o solo, não o irrigamos, como podemos ter boa colheita sem oferecer condições para isso? Porém, bem verdade que a grande maioria vive dessa forma; não preparou o solo, não soube escolher a boa semente e não irrigou o solo com as práticas diárias, práticas retas. Como pode o Buddha íntimo nascer em tais condições? E, com que direito todos nós sonhamos, papagaiamos, discutimos, fazemos tertúlias dentro e fora das salas de aula de Gnose acerca do nascimento do Cristo dentro de nós? Muito bonito repetir tudo isso porque lemos nos livros, porém de concreto o que estamos fazendo ou fizemos até hoje?
Por isso, não deixem os Buddhas morrerem ! Cada um de nós precisa cuidar do seu Buddha íntimo; senão ele morrerá. Isso quer dizer que temos de purificar nossa mente, desenvolver mística, compaixão, meditar, orar… Enfim, começar a viver aqui e agora a disciplina dos Buddhas. Devemos seguir o caminho da santificação e da purificação. Sobre isso falamos muitas e muitas vezes em aulas anteriores; hoje estamos reapresentando o tema em forma de um apelo: não deixem o Buddha íntimo morrer; ainda há tempo para irrigar o solo e dar condições propícias para que ele [o Buddha] nasça dentro de nós.
Tristemente, verificamos que a grande maioria, ou pelo menos grande parte, dos instrutores e estudantes contemporâneos da Gnose, ignoram esse principio elementar. Ainda sim, sentem-se muitas vezes superiores quando discutem ou emitem suas opiniões por aí nos fóruns da Internet sobre a doutrina gnóstica, sobre o quão superior pensam que é a doutrina gnóstica, mesmo que não tenham ainda a mínima noção ou consciência do que falam.
Dramaticamente, podemos hoje sintetizar dizendo: “a humanidade marcha feliz para o inferno”. É claro que nós, estudantes da Gnose, somos parte dessa humanidade e felizes estamos marchando para o dia final; muitos de nós, mesmo fazendo parte da Gnose, sem dúvida nenhuma, vamos entrar nos abismos porque muitos, neste preciso e exato momento, já estão entrando no abismo. É por isso que, após meditar muito tempo, decidimos levar adiante estas exortações e apelar, afirmar, confirmar que o tempo de buscar informação terminou; que o tempo de discutir filosofias esotéricas também acabou. Se deixarmos os Buddhas morrerem, dentro e fora de nós, não haverá caminho nem para nós nem para mais ninguém.
Como temos dito sistematicamente, 2007 é o início da reta final da humanidade; quer dizer que temos um horizonte definido agora: 2012. Na prática, a vida já se tornará extremamente difícil a partir de 2010. Portanto, temos pouco mais de dois anos para fazer o que não fizemos até agora, não importa o motivo pelo qual deixamos de praticar. A hora de praticar é agora, o tempo de negociar pendências com a Lei é agora, o tempo de apelar à Divina Mãe é agora; amanhã pode ser tarde demais e, então, iremos para o juízo final; se formos a juízo final seria bom fazer uma reflexão aqui e agora: temos méritos para irmos à sala de julgamento? Temos saldo positivo para tal? Temos patrimônio anímico? Temos moedas cósmicas suficientes para pagar nossas contas?
Se não tivermos, não seremos resgatados; nossa alma não será resgatada, não estaremos aqui na era de ouro para concluir nosso trabalho. Com muita sorte, se tivermos alguma reserva cósmica, podemos permanecer toda a Era de Aquário no limbo esperando o aparecimento de Capricórnio e aí ganharemos corpo novamente neste mundo, juntamente com todos os demônios que hoje vivem no Inferno. Perguntamos: quais as chances práticas e concretas que teremos de retomar o caminho em tais condições?
Se permanecermos no limbo 2.000 anos, quando a próxima Era chegar, estaremos ou seremos iguais ao que somos hoje. Seremos atraídos pelos mesmos interesses, prazeres que temos hoje ou tínhamos até nos lançarmos na busca por este caminho. É evidente que, estando os demônios soltos, eles vão recriar suas doutrinas, vão restabelecer seus sistemas políticos, econômicos, vão reimplantar as loterias, as prostituições, as drogas, o modelo urbano de vida como temos hoje, um câncer social e tudo isso acrescido da Magia Negra da Atlântida que retornará e aí, se nós hoje já temos uma tendência para buscar o lado sombrio da força, da Magia, é obvio que seremos vítimas fáceis dos predadores de almas da época de Capricórnio.
É por isso que o tempo de decidir é aqui e agora, hoje, na prática. Ou salvamos nossa alma agora nesse final de raça, nesse pouco tempo que temos, ou vamos descer ao abismo. Se não agora, certamente durante a época de Capricórnio, porque, pela nossa polaridade, estaremos escolhendo o outro exército, o exército das trevas, e assim lutaremos contra a Loja Branca e perderemos, então, toda e qualquer oportunidade, pelo menos nesta atual Ronda.
Voltando ao fio da meada do tema desta noite cujo apelo é “não deixarmos os Buddhas morrerem”, diz o Mestre Samael: “Com um só Buddha nascido dentre as fileiras do buddhismo ele já terá cumprido sua missão; com um só cristificado dentre as filas do cristianismo já se justificou a existência do próprio cristianismo; com um só ímã entre os maometanos já foi cumprida e se justificou a existência da religião de Maomé”.
Assim se aplica para todas as religiões do mundo porque o objetivo das grandes religiões do mundo sempre foi o de religar o homem com Deus; levar o homem a encarnar a verdade. Muitos são chamados, milhares e milhões são chamados, mas bem poucos são aqueles que chegam lá, encarnam a Verdade, alcançam o grau de Buddha; mas todos são chamados. Depende de nós tornarmo-nos eleitos, escolhidos ou auto-escolhidos, diz o Mestre Samael. Por esse motivo não existem razões para dizer que as religiões fracassaram com suas missões de religar o homem com a Verdade.
Dentro da Gnose hoje, com todos os problemas que temos e conhecemos, podemos afirmar, independente do que dizem nossos inimigos, caluniadores e detratores, que o Movimento Gnóstico Mundial cumpriu a sua finalidade. Não é de nosso conhecimento que alguém tenha se cristificado nas fileiras do Movimento Gnóstico, exceto por seu Mestre fundador, mas sim, é de nosso conhecimento que vários estudantes no mundo, e aqui no Brasil também, conseguiram o grau de arahant e alguns poucos, raros, tornaram-se Buddhas.
Portanto, afirmamos e confirmamos que o Movimento Gnóstico Mundial cumpriu a sua finalidade. Bem verdade que os frutos poderiam ser maiores, em maior quantidade, mas épocas tenebrosas como a nossa, o fato de haver germinado algunsarhats e até mesmo alguns Buddhas, já serviu para recompensar o esforço da Loja Branca, a qual se lançou nessa empreitada desde 1950 com o envio do Avatar de Aquário, Samael Aun Weor.
Ainda sobre isso, devemos insistir: todo trabalho gnóstico está baseado nos três fatores de revolução de consciência. É evidente que esses três fatores precisam ser retamente entendidos, o que, talvez, não tenha sido o caso até hoje.
Sabemos que o primeiro fator de revolução de consciência é morrer em defeitos, porém morrer em defeitos não é simplesmente sair por aí diariamente, após a leitura rápida e superficial de um, dois, três ou cinco livros, repetindo mecanicamente pela morte do defeito; não é assim; esse não é um meio reto de se morrer em defeitos. A prática reta obedece, segue um princípio, a uma ordem. Primeiro: auto-observação para identificar defeitos em nossa mente, para estudar a conduta e a ação desses defeitos; depois devemos levar esses defeitos a um trabalho de análise, auto-análise, psicanálise. Quando nos dermos conta de que estamos errados, cometendo erros ou infringindo a Lei, aí sim, quando a força do arrependimento despertar dentro de nós, podemos apelar ao poder superior à mente, que é nossa Divina Mãe Kundalini, para que elimine esse defeito. Porém, temos dito aqui, que nem todos os defeitos são eliminados de imediato, porque são defeitos kármicos, através dos quais age o karma. É muito, extremamente importante, primeiro negociarmos nosso karma com a Lei Divina, pedindo uma oportunidade real e concreta de trabalhar pela nossa auto-realização.
Se quisermos construir o telhado sem que tenhamos feito os alicerces e levantado as paredes, é evidente que não teremos êxito nesse trabalho. Há que se entender definitivamente que, na via iniciática, não existe trabalho mal feito. Aqui em nosso mundo podemos até nos contentar com a excelência, mas quando se trata da Iniciação, ou se faz bem feito ou simplesmente não há trabalho. Nesse entendimento não-reto da natureza iniciática muitos de nós estamos perdendo-nos, e alguns já perderam este retorno. Temos a inclinação de falar demais, discutir demais, teorizar demais; mas de prático e concreto muito pouco fazemos. Por isso, agora, nesses tempos finais, é muito importante a mística, a devoção, a conduta reta.
Fomos orientados a exortar os estudantes que nos procuram, e que estão nos procurando, para que cada qual busque conectar-se com sua Divina Mãe pessoal; para orar e meditar diariamente em sua Divina Mãe, rogando por orientação, inspiração, intercessão; para que Ela mostre, revele, os seus defeitos contra os quais precisa lutar, negar alimento, analisar, compreender e pedir a sua eliminação.
Todos nós conhecemos o segundo fator de revolução de consciência , que é o trabalho de alquimia, no qual podemos incluir o trabalho de transmutação de solteiros. Em outras ocasiões, aqui, mencionamos que praticar alquimia por praticar, porque leu nos livros do Mestre Samael, não gera resultado; a prática exclusiva do Grande Arcano [sem conduta reta e morte dos egos] não dá méritos; Kundalini não desperta naqueles que não têm méritos. Méritos do coração são construídos com a conduta reta, com a expressão das virtudes, com a crescente santificação e purificação. Por isso, temos de compor com a Lei Divina, negociar nosso passivo, nosso karma. Uma vez que tenhamos acertado nossa vida com a Lei, que tenhamos nos comprometido em realizar um trabalho reto todos os dias com paciência, persistência e à medida que refinarmos o sacramento da igreja de ROMA, à medida que aprendermos e praticarmos alquimia sexual da maneira reta aí, sim, vamos avançando por este caminho e, naturalmente, nascerá em nós, no momento oportuno, nosso Buddha íntimo e, num futuro, quem sabe, tenhamos méritos suficientes para seguirmos a via reta que nos levará à encarnação do Cristo íntimo. Voltamos a repetir para que fique claro: neste preciso momento nenhum estudante de Gnose vai avançar por este caminho se primeiro não negociar suas dívidas com a Lei Divina.
Sabemos que grande parte dos estudantes teme, sente temor da Lei Divina, do Senhor Anúbis e seus juízes. Não há motivos para isso, já afirmamos aqui; todos eles são Mestres da Compaixão; todos eles praticam o amor consciente. A Lei Divina não está aí como tirana ou como castigadora; está aí para manter o Universo em equilíbrio. Toda vez que infringimos as leis é claro que contribuímos para a desarmonia do cosmo. Se aqui, no mundo dos homens, quando alguém transgride as leis, isso é visto como uma ameaça à sociedade, quanto mais isso é verdade nos mundos superiores, onde tudo é feito à base do amor consciente.
Portanto, isso nos remete ao tema inicial de hoje: as três tarefas urgentes que o agricultor gnóstico, todo estudante gnóstico, deve fazer – que são: preparar o solo, plantar e irrigar com as práticas. Fazendo isso, os méritos começam a se formar naturalmente em nosso coração; o resto não depende mais do estudante, nem da sua vontade; aí entra a Lei. A própria Mãe Divina atua, age de acordo com a Lei; nenhum Mestre da Loja Branca toma uma decisão sem que esteja de acordo com a Lei Divina. Precisamos entender essa expressão do Mestre Samael que diz: “terror de lei e de amor”. É o cumprimento exato e matemático, ao pé da letra, da Lei e também do amor consciente.
Não há motivos para temer, todos transformamo-nos em transgressores da Lei; temos karma, dívidas. Todas as dívidas, praticamente, são negociáveis; se somos devedores melhor nos apresentarmos por iniciativa própria ao credor antes que ele tome as providências legais. Isso aprendemos aqui na nossa vida comum e corrente; isso se aplica também nos mundos superiores.
Dizia o Mestre Samael: “quem tem capital cósmico se sai bem nos negócios com a Lei Divina e quem não tem vai pagar com dor e sofrimento”. Se negociarmos e formos honrados, honestos naquilo que propusermos, podemos, sim, resgatar nossa alma, obter nossa salvação aqui e agora nestes anos que nos restam. No início deste ano, fizeram chegar a nós a informação de que o Senhor Anúbis espera, neste ano 2007, fazer muitas negociações com os estudantes gnósticos do Brasil; falo do Brasil porque vivemos aqui; acredito que em outros países isso também seja válido. Mas nós atuamos aqui no Brasil e é sobre o Brasil que temos de falar, então.
Quando formos negociar com a Lei Divina, devemos ser transparentes, oferecer aquilo que interessa ao equilíbrio da vida em todo cosmo. E o que interessa à Lei Divina? Interessa que morramos em nossos defeitos, que trabalhemos em nossa purificação, que desenvolvamos virtudes e entra aqui também o terceiro fator de revolução de consciência: a prática da caridade e da compaixão. Muitas pessoas no meio gnóstico acreditam que praticar caridade é bobagem, mas o Mestre Samael mesmo dizia que temos de fazer boas obras às toneladas. Portanto, fazer caridade não é bobagem; bobo é aquele que não quer entender isso. Uma das formas de praticar caridade é expressar compaixão. Como?
Podemos expressar compaixão de muitas maneiras; podemos praticar a compaixão dos Buddhas de muitas formas, uma delas é fazendo as mesmas práticas que fazem os Buddhas em seus templos no Nibbana. Eles entoam mantras, irradiam luz rosa, verde, dourada, segundo a finalidade necessária; também podemos fazer isso através de orações em favor daqueles que sofrem. Temos recomendado muito a cadeia com a Grande Mãe porque, através dessa cadeia, nós apelamos à Grande Mãe em favor daqueles que sofrem. Pode ser que hoje não tenhamos a consciência clara do que é o poder da oração, mas aqueles que estão há mais tempo na Gnose, aqueles que conhecem as cadeias que são realizadas nos templos gnósticos desta dimensão e das dimensões superiores, sabem diretamente que uma cadeia de cura ajuda a muitas pessoas enfermas dos hospitais e casas de saúde.
Um ritual de templo beneficia toda a comunidade, toda a cidade em que está inserido. Se fazermos práticas em nossas casas e irradiamos, apelamos, oramos em favor da humanidade e daqueles que sofrem, certamente a Grande Lei, não importa o nome que se lhe dê, saberá aliviar o sofrimento; esse é um trabalho de compaixão. Portanto, vamos contrariar aqui certa crença enraizada nas fileiras da Gnose: o terceiro fator de revolução da consciência não é apenas dar aulas de Gnose em nossa instituição. Muitas vezes essas aulas de Gnose são impregnadas de erros, são aulas que ensinam uma Gnose distorcida. Qual o mérito disso? Pelo contrário, aí há demérito, há karma a pagar por ensinar deformidades.
Neste momento, uma das práticas mais acessíveis a todos indistintamente é exercitar a compaixão dos Buddhas aqui e agora. O que é isso? É fazer o que os Buddhas fazem diariamente no Nibbana ou no Nirvana. Podemos levar este conhecimento a outras pessoas, mas primeiro devemos encarnar certos princípios em nós mesmos para depois ensinar. Do contrário, é melhor simplesmente emprestar, doar um livro, algo assim.
Muitos não entendem exatamente o que significa a compaixão dos Buddhas; podemos sintetizar dizendo que “a compaixão dos Buddhas é expressar bondade, generosidade, tolerância, compreensão a todos os seres vivos; é respeitar e venerar a vida sob todas as formas; é orar e pedir em favor de tudo e de todos ilimitadamente; é não dizer mentiras em benefício próprio nem em benefício de outros, nem para obter algum beneficio material insignificante. A compaixão dos Buddhas está em abandonar nossa linguagem maliciosa, muitas vezes utilizada com três, quatro, cinco sentidos diferentes; é abandonar a fofoca, renunciar à intriga, à calúnia, à maledicência. É optar por uma linguagem que não seja grosseira ou vulgar; pelo contrário, buscar expressar-se através de um vocabulário mais elegante, o qual agrade as pessoas, não agrida os ouvidos das pessoas”.
A compaixão dos Buddhas expressa-se, também, na cortesia para com nosso semelhante. Todos nós desejamos e esperamos que nosso semelhante seja cortês, educado, respeitoso conosco. Mas como somos com os demais no relacionamento social? Merece reflexão isso!
A compaixão dos Buddhas expressa-se aqui e agora também em nossa maneira de falar. Toda palavra que não carrega em si maldade, calúnia, maledicência, duplo ou triplo sentido, sempre será positiva, bem recebida e agradável para nossos semelhantes. Quando optamos por falar com educação, elegância, respeito, estamos praticando a compaixão dos Buddhas também. Por isso, cada momento da vida oferece-nos a oportunidade de expressar a vida reta, a conduta reta e, ao vivermos retamente, estamos expressando a compaixão dos Buddhas, e com isso, não estamos deixando os Buddhas morrerem.
Para finalizar, queremos colocar aqui algumas passagens do Sutra do Diamante. Este é um dos Sutras mais importantes que conhecemos da sagrada doutrina do Senhor Buddha. Se alguém quiser uma cópia completa deste sutra poderá escrever-nos, pedir em particular, e teremos muita alegria de mandar o texto completo; mas agora queremos destacar apenas uma passagem de um diálogo entre um discípulo de Buddha, conhecido como Subhuti, e o próprio Senhor Buddha.
Subhuti perguntou a Buddha qual ou quais os trabalhos mais meritórios do ponto de vista do Buddha universal. Se era aliviar o sofrimento, a fome, dar esmola ou se era ensinar o dharma sagrado. Então, o Senhor Buddha respondeu: “supõe que alguém entendesse ou tivesse entendido apenas quatro linhas da nossa doutrina, mas ainda sim resolvesse dar-se ao trabalho de explicar essas quatro linhas para alguém mais, então, seu mérito seria maior que o do doador de esmolas, porque esta doutrina pode produzir ou gerar outros Buddhas”.
Portanto, a doutrina sagrada, seja ela a dos Buddhas, seja ela a doutrina gnóstica, revela a perfeição da Iluminação, a qual transcende comparações. Ensinar é divino; ensinar a humanidade é a tarefa por excelência dos Buddhas; é por isso que fazemos hoje esse apelo: trabalhemos todos nós para que os Buddhas renasçam dentro de nós, para que possam depois renascer no mundo. São os Buddhas que aram, que revolvem a terra, que semeiam a boa semente e que irrigam o solo com suas preces, seus mantras, suas orações e sua sagrada compaixão. Não haveria, nem poderia haver, cristificados sem o trabalho santo e bendito dos milhares de Buddhas do Nibbana e sabem por quê?
Porque, para alguns subirem a via reta, muitos precisam ficar para fazer o trabalho anônimo e invisível que fazem os Buddhas. É isso que parece que os atuais estudantes de Gnose esqueceram ou não se dão conta; meditemos sobre isso.
Até aqui nossas palavras desta noite; ficamos agora à disposição para os naturais acréscimos, perguntas e esclarecimentos que se fizerem necessários. Pedimos a todos manterem-se dentro do tema; fiquem à vontade para os questionamentos.
Perguntas
P: Existe a possibilidade de ficarmos 2.000 anos no limbo? Podemos fazer algum trabalho sobre nós nesse período?
R: Existe a possibilidade de ficar não só 2.000 anos, como milhares de anos mais no limbo e não há como fazer algum trabalho de maior envergadura enquanto permanecemos no limbo, porque o limbo não é uma região propícia para fazer trabalhos sobre si; é por isso que enfatizamos muito essa questão de se definir agora, porque atrás disso que se denomina resgatar ou salvar a alma, existe a possibilidade real e concreta de continuar o trabalho sobre nós mesmos numa outra região, onde, inclusive, ganha-se corpo físico, mas não nessa dimensão, e com isso poder fazer o trabalho e dar continuidade à santificação e à purificação.No limbo isso não ocorre, porque o limbo não é uma região adequada para isso como mencionamos agora. [Para fazer o trabalho sobre si necessita-se de um corpo físico].
P: Se não trabalharmos agora poderemos lutar contra a Loja Branca, mesmo não querendo, em Capricórnio?
R: Sim, porque vamos fazer escolhas erradas. Se hoje somos dotados de escassa consciência e supondo-se que permaneceremos no limbo por 2.000 anos, essa consciência fica estagnada. Ao ganharmos um novo corpo físico aqui, no começo da Era de Capricórnio, voltaremos exatamente do jeito que somos hoje; conseqüentemente, não teremos o discernimento necessário para separar o joio do trigo e faremos escolhas erradas como muitos hoje fazem por aí; com isso, as possibilidades práticas de optarmos pelo caminho branco são bem mais remotas do que agora, quando estamos recebendo essa doutrina libertadora, salvadora, como jamais foi escrita até hoje em toda a história recente da humanidade, pelo menos nos últimos 12.000 anos. É por isso que temos de decidir aqui e agora, porque postergar essa decisão remete-nos para escolhas mais difíceis no futuro.
Alguém pede um esclarecimento adicional, sobre o limbo pertencer a que dimensão.
R: O limbo corresponde à quarta dimensão inferior, ao mundo de noventa e seis leis, ao primeiro círculo do inferno. Quem quiser esclarecer-se, informar-se mais sobre isso recomendamos o estudo da obra de Dante Alighieri denominada A Divina Comédia.
P: Pode-se trabalhar sozinho apenas suplicando a morte dos defeitos e fazendo orações pela humanidade doente?
R: Sim, pode-se trabalhar sozinho. Em conferências anteriores esclarecemos que muitos que estão na Gnose hoje possuem os corpos solares porque são boddhisattwas caídos, são Buddhas caídos, inclusive, e agora, nesses tempos finais, a Loja Branca está fazendo um esforço adicional, extraordinário, no sentido de resgatar o maior número possível desses boddhisattwas ou Buddhas caídos. Se uma pessoa já tem seus corpos solares construídos numa vida anterior, o que ele precisa fazer agora é negociar com a Lei a eliminação de seus defeitos, de seu karma, começar a trabalhar sobre si de forma, reta, concreta e eficiente sem vacilar; com isso vai gerando os dharmas ou os créditos necessários para avançar neste caminho e limpar sua mente; conseqüentemente, resgatar sua alma, ganhar o direito de renascer numa ilha ou numa região onde possa, depois do desencarne, prosseguir com seu trabalho; é isso que estamos mencionando.
P: A coluna é uma régua de medida para a salvação?
R: Sim, de fato é. A coluna vertebral é a régua para medir nossos méritos; como explicamos hoje e também em outras ocasiões, muitos estudantes de Gnose priorizam a alquimia; estão cometendo um erro elementar porque uma pessoa que não trata de morrer em si mesma, que não negociou com a Lei Divina a eliminação de seus defeitos, pode praticar alquimia durante mil anos e não vai desenvolver nada; já dissemos isso; voltamos a repetir: alquimia deve caminhar de mãos dadas com o trabalho de morte sobre si. O trabalho de morte precisa ser negociado com a Lei Divina. Conclusão: negociar com a Lei, fazer as composições, apelar à Divina Mãe para ter a instrução, a iluminação, o entendimento para compreender e estudar seus defeitos; depois, por fim, aprender a praticar a alquimia reta, porque muitos acham que a prática alquímica é a mesma relação comum e corrente sem que haja emissão seminal ou espasmo. Esse é um terrível e básico equívoco; “é preciso refinar o sacramento da igreja de ROMA”, ensinava o Mestre Samael através de uma expressão muito própria a ele, que é isso. As pessoas, todos nós, devemos dominar as paixões animais para daí então praticar a alquimia reta.
P: Em qual outro plano podemos ganhar corpo físico e consciência além do plano terreno?
R: Em qualquer outro plano… Os venusianos têm sua vida e civilização na quinta dimensão e lá têm corpo físico; lá eles se reproduzem, têm família, filhos. Na quarta dimensão ocorre a mesma coisa; em Avalon, Thule e tantas outras regiões divinas, ou da quarta dimensão, igualmente existem civilizações remanescentes da Lemúria e da Atlântida; e lá se ganha corpo físico. São regiões que não estão na terceira dimensão, mas também se tem corpo físico e é para uma destas tantas regiões que ganharemos corpo físico segundo o raio de cada um, a família cósmica a que pertencemos [caso sejamos resgatados quando a Grande Catástrofe nos alcançar].
P: 2012 corresponde à entrada do planeta Terra nos anéis de Alcione?
R: Não! Já estamos nos anéis de Alcione. 2012 continuaremos e durante a Era de Aquário permaneceremos dentro da região dos anéis de Alcione, só que não nos damos conta disso.
P: Como fazer para despertar a consciência e recordar as vidas passadas e não começar do zero?
R: Essa pergunta não tem resposta. Como você vai despertar a consciência se não começa do zero? Como vai recuperar memórias de vidas passadas se não desperta a consciência? O começar do zero para você é despertar a consciência aqui e agora; como pode alguém despertar a consciência se não trata de morrer em defeitos? Então comece a morrer em defeitos e, gradativamente, vai despertar a consciência e, mais tarde, com muito mérito no coração, é que você pode recuperar a memória de vidas passadas.
Ainda sobre o corpo físico em outras dimensões…
Só para esclarecer a questão de corpo físico: não devemos confundir “corpo físico” com terceira dimensão; existe corpo físico na quinta dimensão e na quarta. Os Deuses tem “corpo físico” relativo ao mundo em que eles vivem. É que nós aqui associamos corpo físico com terceira dimensão e não e bem assim. Aí tem uma sutileza que é facilmente percebível.
P: Mas poderemos com nossos enormes egos ir para lugares onde as pessoas já estão mais elevadas espiritualmente?
R: Podemos, devidamente entendido, é claro. Temos enormes egos, como você diz. Então, esses enormes egos, por mais enormes que sejam, você tem dois, três, quatro anos para eliminar – e você pode, talvez você não consiga agora aquilatar o imenso poder que temos dentro de nós vivendo uma conduta reta, negociando com a Lei Divina, fazendo a vontade do Pai, seguindo as orientações de nossa Mãe, mas acredite nisso, faça a experiência, confie, e você se surpreenderá com o imenso poder que você tem dentro de si, mas que desconhece neste momento por estar adormecida. Mas confie, faça tua parte. E qual é a tua parte? Morrer em defeitos, viver conduta reta, trabalhar sobre si todo dia, fazer suas práticas, unir-se ao trabalho dos Buddhas do Nirvana, colaborar com a Loja Branca e com isso você vai descobrindo essa potencialidade que tem dentro de si e ganhará mérito suficiente para ter direito a uma nova oportunidade no lugar que lhe for designado.
Por Karl Bunn
O texto acima é cópia integral, (modificada a pontuação e feitas algumas alterações para dar o formato de texto), de uma conferência ditada por Karl Bunn, presidente da Igreja Gnóstica do Brasil – www.gnose.org.br – realizada ao vivo dia 01.05.2007, por intermédio do programa Paltalk, via Internet. Equipe: Transcrição de texto: Mariana Cunha. Copydesk: Wagner Spolaor
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