Kundalini, Sexo & Tantrismo
Todos esses assuntos eram tremendamente secretos até há 50 anos. No passado, pessoas morriam por causa de seus segredos. Mas hoje estes temas podem ser encontrados em livros ensebados ou em luxuosos volumes das livrarias esotéricas.
Para o curioso, tudo isso não passa de literatura exótica ou bizarra. Para o hedonista, formas de requintar ainda mais sua busca por novas sensações. Para o leitor do exoterismo pop possivelmente a última novidade. Mas como fica isso tudo para o buscador sincero, o boddhisattwa caído?
Um terrível drama… Dependendo da escolha que fizer, sua alma rolará definitivamente ao Abismo achando que está galgando os degraus da suprema espiritualidade. Sem dúvida, difícil no mundo de hoje achar o velho e bom Caminho Iniciático que possa levar nossos passos de volta à Mansão Celestial.
1. KUNDALINI
A falsa literatura do exoterismo pop acha que Kundalini é uma mola ou uma força que sobe e desce segundo certas práticas sexuais. Nada mais falso! Kundalini raramente sobe pela coluna de alguém. São requeridos do praticante muita santidade e méritos morais ou de Conduta Reta para Kundalini despertar e depois subir. Kundalini jamais desperta e sobe nos adeptos do espasmo sexual, nem na coluna vertebral dos adúlteros e promíscuos. No mundo atual, pela promiscuidade e pela ampla e geral degeneração sexual, geralmente as pessoas ativam a Serpente Negativa, a famosa Cola Satânica, o rabo energético da serpente negra que mergulha no Abismo pelas práticas tântricas e alquímicas tenebrosas.
As sensações e sintomas do despertar da Serpente Negativa e da Kundalini são bem diferentes em vários aspectos e similares em outros – por isso mesmo muitos creem que estão indo bem com suas práticas quando, na realidade, estão caindo cada vez mais no abismo. Só uma pessoa dotada de clarividência positiva [algo raríssimo hoje] pode ver isso de forma clara e direta.
Porém, em resumo: Kundalini não sobe na coluna dos fornicários e hedonistas.
2. TANTRISMO
Esta palavra possui inúmeros significados… Para a Gnose, Tantrismo é essencialmente a doutrina sexual para Aspirantes e Adeptos. A prática do sexo tântrico na Gnose, cumpridos previamente todos os requisitos de santidade e Conduta Reta, resume-se ao casal unir-se sexualmente sem jamais perder a energia, nem mediante o orgasmo nem mediante a ejaculação. Vale dizer, para usar uma expressão comum a ambos: Sem jamais alcançar o espasmo sexual.
Evidentemente que o sexo tântrico não é uma briga, uma luta corporal, um ato brutal e violento. É algo bem mais suave que uma dança romântica entre dois seres que se amam e se querem, e que jamais têm pressa ou o compromisso de chegar a um clímax [até porque o casal tântrico sabe que o clímax é a catástrofe, nunca o processo de criar pacientemente toda uma realidade espiritual dentro de si mesmos].
No passado de ouro da humanidade o casal de yogues era preparado cuidadosamente até receber autorização para realizar o Maythuna [união sexual]. Os yogues necessitavam dominar a respiração, o pulso, os sentidos e a mente. Hoje, duas pessoas mal se conhecem num barzinho ou em uma discoteca e amanhã já estão “dizem que” praticando “alquimia sexual”. E assim, periodicamente vão trocando de parceiro(a) como se de fato isso fosse um ato sagrado.
3. ALQUIMIA
Alquimia é a ciência ou a arte de transmutar os metais. Que metais? Os “metais alquímicos”, obviamente! Quais são? Onde estão? No sistema seminal ou nos testículos do homem e nos ovários das mulheres. Portanto, se alguém perde sua matéria ou sua energia sexual não tem o que transmutar. A energia sexual é perdida não somente pelos espasmos sexuais. Também se perde essa energia pelo stress, pelas crises ou explosões de ira ou manifestações egóicas; ou ainda pelos excessos de atividade intelectual, física ou emocional.
Por isso o Alquimista é “recluso”. Quer dizer: ele é discreto, não se identifica com as coisas da vida nem gasta de forma inútil suas energias vitais – porque sabe que irá faltar na hora de fazer o ato alquímico com sua (seu) consorte. Ser alquimista no mundo moderno, cujos sistemas exaurem até a alma do indivíduo, é algo bem difícil – mas não impossível. Basta se resguardar, se proteger e defender muito bem seu “ouro”.
Muitos acham que praticar alquimia sexual é apenas “reter a energia sexual”. Enganam-se! Reter energia até um cachorro ou um cavalo apartado das fêmeas faz – nem por isso evolui e ganha poderes espirituais. Isso é tão simples e tão elementar, mas derruba todos os teóricos deste tema que sacam e esgrimem argumentos de todo tipo, como se isso mudasse ou fosse mudar a realidade.
Portanto, “proteger e defender o ouro alquímico” dos ataques dos saqueadores é tão só o primeiro e mais elementar dos passos. Feito isso, vem o ato alquímico em si. O rei e a rainha da alquimia se unem para criar o reino alquímico em sua terra filosofal. Novamente, o ato alquímico em si é suave e doce, calmo e tranquilo. Ninguém tem pressa de nada nem quer chegar a lugar algum, apenas, pacientemente aquecem o fogo do fornilho e mantém esse fogo na mesma temperatura para que a transmutação ocorra sem calcinações e sem perdas.
Dia após dia, ano após ano, durante 20 ou 30, o casal de alquimistas trabalha em seu laboratório na produção lenta e gradual de todo o ouro que precisa para a realização da Grande Obra.
Só o tempo e a prática nos permite o domínio gradativo de todos os processos mentais, respiratórios e físicos da alquimia. Mas o que precisa ficar claro é que a alquimia ou o tantrismo não são práticas voltadas ao prazer físico, à gratificação dos sentidos – mas sim são práticas esotéricas muito sagradas para construir o despertar espiritual. Isso caminha de mãos dadas com a purificação da mente [eliminação dos egos].
Para um maior aprofundamento, recomendamos: Escolas de Magia Negra
Autor: Karl Bunn
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