Os Gnósticos são Thelemitas?
Na internet hoje encontramos de tudo. Coisas boas e ruins. O fato é que Deus e o diabo jogam xadrez pela rede mundial e os incautos acabarão caindo nas falsas escolas e nas falsas gnoses, vitimados por indivíduos totalmente desqualificados, ignorantes e mentirosos, especialmente os que se ocultam no anonimato, para dali caluniar e atirar em todas as direções, a torto e a direito, contra tudo e todos.
Obviamente, qualquer pessoa de bom senso jamais prestará atenção a tais indivíduos, páginas ou centros de calúnia e difamação. Muito pelo contrário: até somos agraciados com as muitas visitas e visitantes provenientes de tais lugares tenebrosos que, ao chegarem aqui ao nosso PORTAL, se encantam com o conteúdo que oferecemos; de imediato percebem a profundidade e a seriedade com que abordamos os temas mais essenciais da gnose, seja a gnose atual, seja a gnose antiga.
Corre por aí uma certa polêmica sobre a palavra ‘thelema‘ e sobre os ‘thelemitas‘. Alguns se horrorizam ao ouvirem ou lerem estas palavras, como se fosse coisa concebida e gestada nas profundezas infernais. No entanto, tal palavra significa tão somente ‘vontade’ em grego antigo. E como toda e qualquer outra palavra pode ser usada tanto em sentido positivo-construtivo quanto em sentido ou em caráter negativo-destrutivo.
É como a cruz swástika. Hitler a usou de forma invertida e com propósitos destrutivos. Mas o budismo até hoje segue usando no seu real e verdadeiro sentido, visto que esse símbolo, em sua origem e realidade, representa o ‘movimento perpétuo’. A ignorância e a estupidez das pessoas é que o associaram unicamente com o nazismo, como se ele tivesse sido o criador ou inventor de tal símbolo.
Obviamente, se alguém quiser se tornar um gnóstico, deverá sim se tornar um thelemita, ou seja, um homem ou uma mulher dotados de vontade real e consciente. E para isso, necessitam cristalizar em si o corpo da vontade consciente. Mas como forjar tal corpo se não houver continuidade de propósitos nessa direção?
O ritual de segundo grau, realizado pelos gnósticos atuais em seus lumisiais, afirma: “E a rainha do céu falou assim: Meus ensinamentos não os escrevo – não posso. Em troca, meus rituais, aquelas partes que não são secretas, serão escritas para todos. Assim é a Lei. Há que se operar pela ação do báculo e da espada. Isso deverá ser aprendido e assim deverá ser ensinado. Quem vos chamar de thelemita não cometerá injustiça com os que compreendem a palavra com perfeição, porque ela contém exatamente três graus:
– o homem que mora no silêncio;
– o homem que ama;
– o homem comum da terra”.
Esse ritual é proveniente da Igreja Gnóstica trazida a América do Sul pelo Mestre Huiracocha e incorporado como atividade oficial e permanente nos lumisiais e templos gnósticos.
O ritual de quinto grau escrito pelo Mestre Samael e realizado em todos os lumisiais gnósticos do mundo, diz a certa altura: “Levantai bem alto vosso cálice e cuidai para não perder uma só gota de vosso precioso líquido. Nosso lema-divisa é Thelema“. Ainda neste mesmo ritual, temos esta passagem: “Marchai em frente, irmãos gnósticos, com passo firme e decidido. Recordai que nosso lema-divisa é Thelema“. E na Missa Gnóstica, igualmente, celebrada em todos os lumisiais gnósticos do mundo, diz: “Nosso lema-divisa é Thelema. Creio na comunidade das almas purificadas, assim como o pão material se transforma em substância espiritual. Creio no batismo da sabedoria, o qual realiza o milagre de nos fazer humanos. Conheço e reconheço a essencialidade de minha vida, concebida como uma totalidade sem fim cronológico, que abarca uma órbita fora do tempo e do espaço”.
A palavra “lema” vem do grego λήμμα (lémma), que significa algo recebido, ganho, como um presente. Também chamado de ‘divisa’ ou motto (em latim). Todo caminhante, ao escutar o chamado sincero de seu coração e adentrar à senda gnóstica, recebe essa divisa, bem como as chaves de consecuções entregues pelo V.M. Samael Aun Weor, e que constituem um verdadeiro Sistema Thelêmico Samaeliano – assim chamado por nós – porque permite ao caminhante não apenas entrar em contato com sua Real Vontade, mas também permite praticá-la em sua vida diária, mantê-la em seu curso firme para atingir as mais altas iniciações. Vale dizer: até alcançar a mais alta consecução de realização de seu próprio Ser.
Como nos ensina V.M. SAW, “a iniciação é a própria vida retamente vivida”. A magia da Vontade Real opera em todas as expressões de nossa atuação, neste e em outros mundos ou dimensões. Há que se operar magicamente pela ação do báculo e da espada!
Portanto, muito mais do que uma ‘divisa’, o verdadeiro significado desse lema, ou melhor, desse motto, é o chamado do próprio Ser aos sinceros buscadores, garimpeiros de si mesmos.
Além desse lema-divisa, há outros em nossa tradição gnóstica, também expresso em nossos rituais: LUZ, AMOR, VIDA, LIBERDADE e TRIUNFO. Acima de tudo esses lemas expressam chaves importantes no caminhar dos irmãos e irmãs que já adentraram as portas do Movimento Gnóstico e estão aptos a seguir com passo firme e resoluto a Real VONTADE do Ser.
No entanto, ainda assim os inimigos da verdadeira gnose samaeliana, ignoram essas coisas, especialmente porque o mestre deles, como primeiro ato de dissidência e rebeldia contra as leis e regulamentos deixados por Samael Aun Weor logo que desencarnou, foi o de suprimir de sua nova ordem, ignorantemente, por decisão pessoal, todas as atividades litúrgicas e ritualísticas.
O resultado dessa desastrosa iniciativa é o que se vê hoje por aí pela internet: milhares de estudantes que ficaram órfãos e desassistidos espiritualmente. Talvez por isso muitos estudantes sinceros e sérios, que faziam parte dessa ordem rebelde e dissidente, nos procuram buscando esclarecimento, orientação segura e instrução profunda, visto que somos ou nos tornamos hoje no Brasil uma instituição referência e de grande visibilidade, com uma tradição que somada à nossa trajetória institucional os 10 anos de atividades que exercitamos como instrutor e dirigente no antigo e original Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil, o mesmo que chegou a São Paulo em fevereiro de 1960, resultam em 45 anos de atividades contínuas.
Isso é um patrimônio ou um legado que poucos possuem. Por isso nos atacam e nos criticam; no entanto, sobrevivemos a tudo e a todos, e seguimos trabalhando, independente do ladrar dos cães à passagem da caravana. E para finalizar, devemos repetir sim: os gnósticos são homens e mulheres de thelema. Portanto, são thelemitas.
Karl Bunn
Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil e da Academia Brasileira de Gnose
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