Educação das crianças – Aprender é mudar
“… Aprender é mudar!” (George B. Leonard. Educação e êxtase).Aprender é mudar! Mas essa mudança só acontece quando conseguimos assimilar e compreender algo; para isso precisamos estar vazios e receptivos, como cálices esperando pela água ou pelo vinho. Hoje, vemos novos alunos chegarem a esta escola cheios de teorias, de vícios e de inúmeras outras coisas que nublam suas antenas receptoras. Dizem chegar cheios de “boa vontade” de “vontade de aprender”, mas chegam cheios “de si mesmos” – quando digo isso, não profiro um julgamento, ou uma ofensa, mas apenas constato uma realidade. O fato é: hoje, não estamos prontos para aprender, não estamos vazios ou abertos para o novo! Ou, o que nos é mais triste, não estamos prontos para receber a Verdade em nossas vidas… A grande dificuldade das Escolas, e aqui incluo especialmente as Escolas de Mistérios, hoje, é a falta de vontade e de preparação interna para a compreensão. A compreensão de algo somente pode ocorrer quando estão presentes certas condições favoráveis dentro e fora… O aluno cheio de si mesmo não se abre para o novo; o instrutor cheio de si mesmo não tem nada de novo a acrescentar ou ensinar… Aquele que chega cheio de teorias, vícios, maus hábitos, “cheio de si mesmos” , não está apto a receber o conhecimento. Daí o porquê do esforço constante em nossa escola de incentivarmos o esvaziamento dos recipientes dos adultos, mas, acima de tudo, o esforço de não encher de tolices, maus hábitos e informações desnecessárias nossas crianças. O exercício de aprendizado – ao contrário do que muitos “gnósticos” pensam – é um grande instrumento para o trabalho interno. Isso já nos ensinava o homem mais sábio da Grécia, Sócrates: “conhece-te a ti próprio”. A chave da grande sabedoria é estar ciente de nossa própria ignorância e é até hoje uma das mais poderosas chaves para o sucesso do trabalho gnóstico. Atualmente, o que a escola (colégio) ensina é a fragmentação dos sentidos, das emoções e do intelecto, divorciando o próprio ser da sua realidade interna, da sua alegria e do presente. A educação dirigida exclusivamente ao intelecto dificilmente levará à compreensão. No melhor dos casos, será transmitida apenas uma série de informações, conhecimentos fragmentados, incompletos e desconexos. No livro Educação Fundamental, o Mestre Samael Aun Weor nos ensina a compreender e a sentir que é hora de começarmos algo diferente, um processo de educação baseado em uma visão mais ampla do ser humano e da vida. Os professores [instrutores, educadores e pais] devem ser os primeiros a aceitar esse desafio. Devem dar os primeiros passos; devem se preparar, abrir os olhos e a mente para receber uma imagem do mundo que antes era difícil de conceber, que antes era fragmentada etc… Para isso é necessário dedicação absoluta. É necessário muita honestidade, é imperativo compreender cada vez melhor a si mesmo e ao mesmo tempo aos alunos e filhos. É necessário transformar sua profissão em SACERDÓCIO. A maternidade e a paternidade em SACRIFÍCIO, o SAGRADO OFÍCIO. Afinal como nos tornamos Mestres, Professores, Instrutores, Pais/Mães? Para iniciar algo novo em nossas vidas devemos sempre voltar os olhos para nós, dar-nos conta de que se queremos ensinar algo a alguém, como por exemplo, ensinar a ter mais atenção, devemos também nos pedir mais atenção. [Iniciamos, aqui, uma série de textos e reflexões sobre educação gnóstica: a educação do caráter e da vontade]
Autor: Helen Sarto de Mello
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